domingo, 8 de agosto de 2010

Tão comum .


Um dia, por dor, um homem chorou
pois com grande força foi pisado,
porém na soberba adentrou
e deixou-se cair envenenado

Agora se maqueia de mentira
vestindo-se com roupas de escândalo
Geme, sorri, deleita e devora
sua própria carne num ritual vândalo

Seria isso força? Ou pura fraqueza?
Seria descaso? Ou por acaso, destreza?
E se nada disso for, que seria então?
Talvez morte do espírito, do coração

No escuro abraça-se ao travesseiro
e vê a
escuridão como principal abrigo
Derrama traumas embaixo do chuveiro
por não ter seu próprio perdão consigo

Congela e mata suas emoções
dizendo que não importa ser feliz
Mas nos seus sonhos de criança
essa frieza maldita nunca quis

Destrói os outros e os ilude
pisa neles e com palavras chicoteia
Aplica forte injeção de maltrato
pois por instinto, os odeia

E no fim, esse homem se vê
como todos que o maltrataram
Sujo, hipócrita e egoísta,
apenas mais um retardado

Quem estenderá a mão?
Quem o tirará do poço?
Quem superaria o rancor
de uma alma repleta de desgosto?

E quem mais tiraria
os pregos da carne humana?
Quem poderia resgatar a fé
sem pudor nem drama?

Para a resposta não há mistérios
É preciso apenas querer a Luz
Não se pode levar o ego tão a sério
porque o rancor não supera a crucificação de Jesus.

Um comentário:

  1. Simplesmente lindo o poema, e a reviravolta de tema que ele dá nem mesmo esperava tal final ^^

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