quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Inter(rogo) .

E agora? Cadê a beleza, a autonomia, a autossuficiência, a confiança, a alegria e os ideais?
Onde estão? Alguém pode me explicar, por favor, como não ter repúdio pela nossa própria miserabilidade?

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Confessionário .

Ajoelho-me aos pés
do altar dos pecados
sem notar o viés
das consequências de atos
que instigam minha carne
Me vejo, em sobressalto,
numa sequência de imagens

Encarcerada em Sodoma
por vontade própria
Nenhum chicote me doma
Nenhum sermão me exorta
Meus valores? Em coma!
Enquanto o receio mofa
no meu sótão mental
Transgrido a repressão
celebrando a erupção
da feminina lava sensual
que escorre nas coxas

Rejeito, atemporal,
a hipocrisia amorfa
idealizada nos séculos

Não sou mulher vitimada
Não subestimo meu sexo
Sigo uma vida não casta
com outros mil adeptos

Vou na frente de todos
e abro trilhas com meu corpo
totalmente descoberto!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Exclamação .


A tosca raça humana
nada tem de serena
Apodrece na cama
Sofre de gangrena
Sua doce ética emana
e, aos poucos, envenena

É suja, feia e doente
Cospe na equidade
Alega ser inocente
Esconde a sua face:
Pura camuflagem de gente
que promove auto-imagens

Esbravejos de revolta
nada transformarão
A revolução é a porta
cíclica que contorna
rumores de destruição

É necessário se abster
de toda a Humanidade
pregada pelos humanos

Já que esta Humanidade,
nada tem de verdade,
e tudo tem de profano!

Clássicangústia .

Viver é estar em meio a um punhado de lixo radioativo. Hoje, o horizonte é a desesperança, a indiferença, e a respiração pesada. Nada mais faz sentido na vida. Nada. Sem motivos, sem razões, sem  nenhuma direção. Somente há a compreensão de que não se pode encontrar direcionamento algum. Só se veem bússolas quebradas e não há quem as conserte.