sábado, 16 de abril de 2011

I-mundo .


Meus sentimentos estáveis
decifram, mui fervorosos
os enigmas voluptuosos
dos desafios mais inefáveis

Descobrem as incógnitas
de olhares perversos
Revelam os hipócritas
de corações ineptos
que crêem enganar-me...
De tolos que são!
Mal sabem que o ultraje
é a minha consolação!

Carrego o puro escárnio
dos nascidos do lodo
Desd'a flor de meus lábios
até os frutos dos galhos
róidos por corvos...

Naufrágio de utopias .

Sob carneiras cemiteriais
percorrem minhas pupilas
Dilatadas, tão vivas
Sem mistério - abatidas

Lágrimas afundam
na taça de vinho
Gracejos evaporam
em tragos, delfinhos

Eis explícita e visível
outra faceta da sorte
Eis o sorriso imbatível
que surge, insensível
na face da morte...

sábado, 2 de abril de 2011

Restaram .

Se apodera de ti a casual doença
A profunda validez da descrença
Transcede-se nebulosa fumaça
e cinzas exalam o odor da desgraça

Desfalecem teus sonhos infantis
de menino amarelo e anêmico
Desaparece o semblante feliz
que jamais antes fora tão cênico

Restaram apenas os olhos febris
d'um estranho homem que nada diz,
d'um triste rapaz, esquisofrênico...