segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Espera .

E quando a ansiedade invade
todos teus internos lares,
o que fazes pra sarar a agonia?
E quando o breu toca tua mente,
desperta teu inconsciente
e te faz trocar a noite pelo dia?

Como farei para arrancar
do peito a nebulosa dor
de não saber onde pôr os pés?
Como eu farei para me livrar do amanhã,
dos pensamentos futuros,
dos medos cruéis?


Me dói esperar que as promessas se cumpram, mas sei que confiar em Deus é melhor do que confiar nos principes...

domingo, 14 de novembro de 2010

Eu .

Eu sou a lamúria do teu amor
Eu sou a perfeição da tua calma
Eu sou aquela que caminha e ri, fria, sobre a tua alma

Eu sou o comprimento dos teus cabelos
Eu sou a lágrima que cai do teu olhar
Eu sou teu riso, sou teu semblante de sono, ao acordar

Eu sou tua felicidade futuraEu sou a verdade do teu sorrisoEu sou os teus medos passados, eu sou teu paraíso

Eu sou o grito em tua mente
Eu sou o silêncio - a tensão do teu espírito
Eu sou o desfalecimento - o motivo do teu vício

Quem seria eu, senão o veneno que te entorpece, e que te enlouquece cada dia mais? Quem seria eu, senão a aflição transfigurada em anjo, que sai de sua presença e leva consigo a paz?

Não deixe que as sombras noturnas pousem sobre a sua cabeça. Elas possuem garras e presas, e poderão tentar matar você.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Afasta-te, ó morte .


Quando a noite traz a lua como sintilante
E o sol se esconde por detrás das nuvens distantes
O que se pode fazer?
Como deveríamos nós, enfrentar o anoitecer?

Não te transforme em carne putrefa, ó meu amado
Não tire de ti a vida que lhe foi dada
Somente peço a Deus que Ele arranque-te deste estado
pois dificil seria eu levantar-te estando desacordada

Em poucas palavras, aqui descrevo meu sentimento
porque na verdade eis que nada bem estou
Aquelas belas flores foram levadas pelo vento
e um vendaval de incertezas em minha respiração se infiltrou...


Sem mais por hoje.

domingo, 7 de novembro de 2010

Criança interior .


Atuação dramática, drástica
Personagens... Ficção ou realidade?
Cena sádica, trágica
Amor... Mentira ou verdade?

Recém-nascido crescendo em meio à mansão
repleto de insultos extremos e humilhantes
Amamentado de desprezo jogado no chão
engasgado em seu próprio choro por instantes

Em vez de banhos mornos recebeu queimaduras
Em vez de amor sentiu a ponta de um cigarro
O que melhor seria: Um abraço ou uma surra?
O que sua mãe preferiria: Um bebê ou um carro?

Criança que geme, sofre e não ri
Criança aflita, chorosa, aqui
Dentro de mim, dentro de ti
Um recém nascido sem sorte,
abandonado, sozinho, refém da morte

Não chore pequeno anjo, deixe que eu tape seus ouvidos
Não ouça esse grito rasgado que saí de minh'alma
Esta manhã foi despertado aquele maldito egoísmo
em forma de mãe sem sentimentos, sem nenhuma calma,
trazendo em mãos espadas cortantes,
estando louca e a gritar,
revoltando-se com sua própria dor incessante
,
querendo à criança sem defesa matar

Queima-la com o fogo de um trauma passado
Afoga-la na mágoa, deixando-a agonizar sozinha
numa noite fria de novembro, num sábado,
onde não se ouvia cantos de passarinho nas vinhas
Desejando deixar em seu rosto angelical
marcas de sua loucura
Cicatrizes que iriam representar
o cume de uma trágica tortura

Dores escondidas e ânsia revelada
Vistas no futuro da criança maltratada
A mãe ainda consegue a deixar calada
com seu extremo cuidado de mãe desnaturada

Amor e ódio sempre guerreando,
lutando dentro d'uma alma abatida
Carência e maldade, ambas se rebelando
trazendo à memória a bipolaridade de uma vida

Vida com fases demarcadas
Marcadas por grandes feridas,
por um recém-nascido que nunca crescia,
Por cicatrizes, vozes roucas, nada líricas,
e por um egoísmo desgraçado
constante em plena luz do dia

[...]

Não deixe suas ânsias ácidas matarem
e desgastarem a sua criança interior
Não deixe suas chamas sucumbirem
e queimarem o que resta do seu amor

Deixe sua criança livre, voando dentro de você.
Deixe-a viver.
Deixe-a viver.