quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Confissão .

Sinto-me melhor
trancada aqui
Quero estar só
com o devir

Desejo o abraço
dos meus livros
Desejo cansaços
nunca sentidos

Nada de gente
Nada de sons
Sem sol quente
ou frios bons

Janelas fechadas
Respiração calma
Um sorriso-fachada
e crateras na alma...




Frutos podres .

São todos uns doentes, implorando por segundos de vida, nem que recorram à meios tortuosos para tal. Se conseguirem minutos, então, estão no paraíso. Cancerosos, rogam pela misericórdia que dizem desprezar e amam, sem que percebam, a ideia de um Bom Deus. Sob seus atos rotineiros mais parecem cachorros revirando o lixo em busca de algo que tapeie a fome e alimente o espírito.
Pobres seres, vazios de conforto, a insegurança lhes serve de pele. E sei que estou no mesmo patamar de desgraça que eles. A única diferença é que possuo a plena consciência da minha condição e por isso... sofro mais.