quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Saturação .

Gotas de chuvas invadem a janela da sala. Estou sem forças, não as impedirei de entrar. Gotas de álcool inflamam todas as cartas e contas que já passaram pelas minhas mãos. Gotas salgadas deixam meu rosto úmido e meus olhos inchados. Gotas de sangue (meu sangue) se debruçam no piso da sala.
Em meio ao medo de não saber o que me espera, tento me acalmar, pois não existe mais volta. Creio que em minha morte, grandes pedaços de carne alimentarão a terra, além de agraciar também, pequenos decompositores.
Acredito que quando estiver incorporado ao solo, meu corpo será mais útil, trará vida ainda que permaneça morto e presenteará formosos Vermes com a desculpa insensata de que a defunta detestava tudo, inclusive sua própria existência.


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