quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Fora de controle .

O bonde da minha tristeza perdeu as rodas, os passageiros e o volante.

As rodas se cansaram da mesmice e fugiram em disparada.

Os passageiros se jogaram à frente delas e se mataram.

O volante eu guardei como lembrança dos passageiros, meus fantasmas.

... punhado de fichas perdidas ...

Antes do tempo passar ele parou para cortar minhas asas e jogá-las para longe. Nenhum de nós voa agora. O tempo está lento e parece não passar, enquanto eu arquejo paralisada... com meus antigos sonhos espalhados no chão como cacos de um espelho quebrado no qual me cortei. Se cabisbaixa, vejo meu reflexo sob a ótica de vários ângulos e sempre manchado de sangue. Me desencontrei e perdi todo e qualquer ânimo; estou seguindo, mas contra a minha vontade. Com uma borracha eu tento apagar as minhas ações, mas elas me parecem cristais lindos que não devem ser quebrados. Hoje estou mais despedaçada e breve do que ontem e esse dia que agora corre me parece um fardo que tenho de carregar... ainda que para carregar, precise andar pisando nos estilhaços de vidros/sonhos soltos pelo caminho.